"Ai como dói", brincava o Mamonas Assassinas!
No meu caso, vale um pedido de socorro: estou precisando de uma cama de espuma para aliviar minhas dores no traseiro. Andar de bike por 5 horas sentado num banco duro deixou também dores nas costas e a sensação de ter feito uma estupidez.
Bem feito por me aventurar num ride sem equipamento adequado nem treinamento prévio!
Claro, eu queria acompanhar a turma que pedala junto há muito tempo e tentar não "fazer feio". Insisti em ir até o fim, mesmo com sinais claros de que estava passando dos meus limites.
Restará a aprendizagem. Para isso terei que reconhecer o quanto tive de imprevidência, teimosia e orgulho.
Esses pecados eu cometo em outras áreas da minha vida. Será que você não faz o mesmo?
Imprevidência em teclar no celular enquanto dirijo no trânsito. Imprevidência em ingerir alimentos e bebidas que sei não serem exatamente saudáveis.
Teimosia em não voltar atrás em algo que sei que não vai dar em nada, como o recurso pra não ser multado pelo Detran por transitar em velocidade superior à permitida.
Orgulho em não revelar pro chefe que desconheço um procedimento óbvio de minha gerência.
Imprevidência, teimosia, orgulho e tantas outras bobagens que fazemos e que em algum momento podem nos fazer muito mal, provocando dores físicas ou emocionais.
É de se perguntar se não teria outro jeito de evoluirmos como seres humanos.
Já ouvi dizer que a alternativa seria o amor. Mas penso que não seja uma alternativa, e sim um complemento necessário.
Amor e dor caminham em parceria.
Vejamos: as dores só podem nos trazer aprendizagem caso tenhamos humildade e a necessária aceitação (de nossa condição de aprendizes). Um atributo do amor.
E o amor só pode nos fazer evoluir caso tenha referências e faça a integração de prazer x dor, alegria x tristeza, saúde x doença. E essas dualidades só fazem sentido se em algum momento tiver havido experienciação, não teoria.
Jesus Cristo sentiu as dores da calúnia e traição, e é o nosso maior exemplo de amorosidade. Buda se iluminou após concluir da inutilidade do jejum e do martírio extremos. Dores e sofrimentos também passaram Ghandi, Nelson Mandela e Martin Luther King Jr.
Por que estou dizendo tudo isso?
Apenas pra afirmar que para evoluirmos como seres humanos temos que necessariamente pagar o preço. Nesse sentido, as adversidades são até necessárias e, em certo sentido, o mal é bem.
Portanto, da próxima vez que eu andar de bike colocarei um selim confortável e farei um trecho compatível com a minha condição física.
Espero não repetir o "ai como dói" do Mamonas...
Mais um excelente texto, enriquecedor, meu caro Arnaldo. Parabéns!
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