domingo, 18 de fevereiro de 2018
Feminino e Masculino, harmonia à vista?
Podemos ser otimistas?
Essa questão me foi apresentada num curso de Psicologia Transpessoal e me parece bem atual.
Assim, vou me aventurar a traçar um brevíssimo e parcial panorama a respeito da evolução (involução?) do relacionamento entre o masculino e o feminino nessa nossa sociedade ocidental. Sem muito academicismo.
Antropologicamente, existem sinais de que houve grande oscilação nessa área ao longo da história.
A distorção original teria acontecido há cerca de cinco mil anos, pois até então presumivelmente as comunidades e tribos tinham características matriarcais, harmoniosas com o masculino. Claro também que era certamente um caldeirão de culturas heterodoxas, com o "homo sapiens" em transformação.
Em torno daquela época a Europa foi sistematicamente invadida por povos beligerantes do norte, alterando entre tantas coisas a cultura e os hábitos relacionais entre os sexos.
Assim, ao não respeitar adequadamente a dimensão
universal do feminino (princípio receptivo de intuição, criatividade, sensibilidade) o mundo foi se tornando preponderantemente masculino (princípio ativo de força, objetividade, racionalidade).
Daí, pela vertente dessa distorção se potencializaram no mundo masculino a competição, a
desconfiança, a rigidez, a agressividade, a falta de compromisso nas relações
afetivas e, sobretudo, a luta pelo poder.
E isso se incorporou às imagens de massa (inconsciente coletivo, arquétipos).
Nem precisa se falar em quantas guerras, atrocidades e violência de todo tipo foram cometidas, até em nome da fé.
Os homens sempre como protagonistas e as mulheres meras coadjuvantes, tanto na esfera individual quanto na das estruturas sociais, expressando esse inconsciente pessoal não
saudável.
Mas isso está mudando dramaticamente. E é bom, em certo sentido!
Claro, nas últimas décadas o Masculino vem sendo confrontado por uma forte reação do
Feminino, nas artes, no comportamento, no mercado de trabalho, na questão financeira, na
liberdade sexual, etc.
As mulheres estão abandonando a submissão, a vitimização, os melindres, e passando a atuar
nos terrenos antes reservados quase que somente aos homens.
Elas estão se empoderando com aspectos
positivos do masculino como a coragem, a disciplina, a racionalidade e a
objetividade.
Porém, também incorporando infelizmente alguns aspectos
distorcidos do masculino, como a agressividade, a dureza, a rigidez e a
superficialidade nos relacionamentos. Algumas até se masculinizando e
sufocando atributos importantes do feminino saudável, como paciência, sensibilidade e afetividade.
Alguns exemplos: traições aos maridos em patamar similar à dos homens; transferência integral das atividades domésticas aos cônjuges; bêbadas nas boates dando vexames; paquerando garotinhos e pagando pelo sexo; insensibilidade e agressividade no trato com as pessoas, etc.
Será apenas uma fase transitória? Uma resposta dura mas necessária? Uma vingança?
Tempos, enfim, de mudança nos comportamentos sociais. E qual seria a tendência? Difícil dizer!
Numa visão pessimista, um confronto em que as duas partes, o masculino e o feminino, perdem.
Numa visão otimista, uma revisão e transformação dos seres humanos para
reincorporar valores coletivos e cooperativos de conexão, integrando os princípios saudáveis do masculino e do feminino.
Numa visão realista, um pouco das duas coisas. Ainda um processo longo e confuso de confrontação.
Alternativa? Fazer a nossa parte no plano pessoal, buscando integrar internamente o Yin e o Yang com o que temos de mais saudável nas duas dimensões.
Um desafio imenso!
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