quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
João de Deus, para nossa indignação e reflexão!
Inacreditáveis, estarrecedores e condenáveis os abusos sexuais atribuídos ao médium João de Deus, no interior de Goiás.
O médium ostenta longa carreira no seu centro espírita de Abadiânia, ali atuando há mais de 40 anos, com milhares de atendimentos visando a cura de gente famosa, políticos, celebridades nacionais e estrangeiras, além de gente comum.
Agora, porém, já passa de uma centena o número mulheres e até menores de idade que relataram abusos cometidos de forma camuflada pelo médium, como parte de um pretendido tratamento espiritual.
Esse episódio, caso comprovado e que está tomando vulto de um flagelo, comporta múltiplas e variadas abordagens, desde a policial e a judicial em busca de justiça, até outras, nos aspectos sociais, espirituais e dos direitos das mulheres, por exemplo.
Vou me ater apenas a um aspecto, o humano, olhando porém a partir das dualidades do meu próprio ser.
Será que em alguma medida eu próprio não tenho um lado sombra-abusador do João de Deus? Ou um lado cruel e ganancioso do Hitler, Stalin, Beira Mar ou de um preso por corrupção pela Lava Jato ?
Hum...! Vale refletir e tirar um pouco os meus (nossos) véus da ilusão e da hipocrisia.
Não exatamente cometendo atos libidinosos, absurdos, cruéis e desumanos como essas pessoas, mas, na estreita margem de atuação no dia a dia, sendo egoísta, orgulhoso, manipulador e calhorda?
Alguém poderia me (nos) defender: não...de forma alguma! Isso se trata de pequenos deslizes e imperfeições que todos nós temos! Nada exagerado, viver é assim mesmo!
Bem, pode até ser... mas cá com os meus botões fico a pensar a que ponto de desconexão e abusos eu chegaria caso tivesse poder e grana ilimitados, absolutamente fora do alcance de punições e da execração pública.
Se tudo de mal que eu fizesse tivesse a máscara da beleza, da sabedoria e da bondade, talvez eu ficasse muito tentado a...sabe lá o quê!
Especialmente se eu fosse conhecido como (um nome qualquer) ... de Deus!
Esse meu lado humano às vezes me apavora!
A você, não?
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