"Fausto" é a obra-prima do poeta alemão Goethe.
Essa obra simbólica publicada em 1808 e 1832 (2a. parte) adquiriu também significado universal por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca dar significado a sua vida, que precisa tocar o eterno e compreender o misterioso.
A relação de Fausto com o conceito de mito, entretanto, deve ser também entendida em uma outra acepção, no sentido de fábula de ficção, uma vez que a obra de Goethe baseia-se na lenda medieval sobre a figura histórica do doutor Fausto, uma história real de um médico que ficou rico e teve uma vida muito frenética que, segundo se afirmava, teria feito um pacto com o diabo.
Segundo Goethe, o pacto previa uma aposta: se o Fausto chegasse no fim de toda a caminhada de prazeres e descobertas e se sentisse plenamente satisfeito poderia ser condenado à danação.
Existem várias estações na história mítica de Fausto: a procura por sentido através da bebida, do desejo e do amor por Gretchen e da sensualidade desenfreada.
Também comporta o mundo da corte, a estação da beleza e da arte e a estação do conquistador e empreendedor.
Quem ganha a aposta?
Depois das diversas buscas, no fim de seus dias, Fausto, quase cego, tem a visão de um povo ativo, lutando na conquista de terras para viver livremente. Nesse instante, o protagonista "quase" pronuncia a fórmula que aponta para o fim da procura:
“Sim ao momento diria / Oh! Pára enfim – és tão formoso!”
Em seguida, morre.
Quem ganhou a aposta, portanto?
A ação no âmbito terrestre deixa essa pergunta sem resposta.
Na moldura celeste, contudo, os anjos, na atmosfera superior, levam a alma imortal de Fausto:
“Quem aspirar, lutando ao alvo / À redenção traremos”.
Assim, Fausto, ou o homem, é salvo, há a redenção; paralelamente é condenado a ser um eterno insatisfeito, o destino do homem de todas as épocas.
A grande resposta está, pois, na pergunta que não cessa; a vida só adquire sentido no movimento constante: criação é ação.
Ação, movimento, criação!
Assim, fora as crenças, quando chegamos a este mundo não encontramos nenhum sentido para a nossa vida. Porém não é proibido que atribuamos!
Mãos a obra!
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