terça-feira, 20 de outubro de 2015

“Um senhor estagiário” -  o filme, e os meninos que não se tornaram homens...



Um filme interessante de se ver, com Robert De Niro e Anne Hathaway, sobre um viúvo aposentado que, aos 70 anos, ingressa numa empresa de sucesso como um mero estagiário. 

Nessa história são evidenciadas várias lições de vida e exemplos de como a humildade, a honestidade e outros valores morais ainda podem fazer uma tremenda diferença no mundo de hoje.

Mas quero me deter apenas num momento particular da história, em que a seguinte pérola é evocada: “os meninos não se tornaram homens”.

Não é novidade pra ninguém que muitos dos homens (por assim dizer) ainda são infantilizados, passivos, sem referências “Yang” e perdidos com o novo papel das mulheres na sociedade.

Pode-se amenizar esse quadro dizendo “tudo bem, estamos em um momento de transição cultural”. Mas temos que reconhecer que uma parte significativa dos homens está claramente a reboque do legítimo avanço das mulheres na sociedade. As mulheres hoje são mais protagonistas do que coadjuvantes!

Muitas delas, porém, solitárias e pagando um preço mais elevado do que gostariam, se distanciando de algumas de suas qualidades essenciais e, pior, se nivelando em algumas situações com os homens que até há pouco criticavam tanto. Falo especialmente da superficialidade, agressividade, desconexão...

Mas, voltando à citação do filme (“os meninos não se tornaram homens”), noto que essa fala se afina com uma percepção meio generalizada de que muitas mulheres estão um tanto decepcionadas com o andar da carruagem que elas mesmas estão pilotando, sentindo falta de uma parte importante do “antigo masculino”, aquela parte que respondia pelo cavalheirismo, pela assertividade, pela postura, etc.

O espírito de Jung deve estar observando tudo e imaginando que ele tinha razão também nisso, de que as mulheres têm um conteúdo inconsciente que as fazem desejar um homem com H maiúsculo -- o oposto a elas mesmo -- até para lhes darem segurança, orientação e se sentirem verdadeiramente femininas. Nesse “mundo ideal”, quem sabe elas não seriam submissas e eles não abusariam delas, num clima de parceira.  

Que esses meninos virem Homens! E que essas Mulheres se cansem de buscar pilotar a carruagem sozinhas! 

Um comentário:

  1. Muito bom, amigo Arnaldo. Você tocou num ponto da contemporaneidade que merece boas reflexões, sem dúvida!
    Abraço.

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