segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

As nossas estratégias (furadas) de proteção nos conflitos amorosos



Não é novidade que os relacionamentos são uma fonte fantástica de aprendizagem.

Os mais importantes, além de muitos prazeres e desafios, trazem um significado oculto que vem a serviço de nossa evolução pessoal. Em outras palavras, ampliação de nossa consciência.

Devemos estar alertas e abertos para percebermos esse caráter pedagógico e de transcendência.

E quando o legado envolve algum tipo de sofrimento o aviso é claro: é necessário fazermos  mudanças em nossos comportamentos, convicções, propósitos.

Mas, quando os conflitos interpessoais aparecem,  usamos normalmente três tipos de estratégia -- até inconscientes -- que, à guisa de proteção, acabam na verdade nos afastando do outro e de nós mesmos: a de agressividade, a de submissão e a de retirada.

Atrás de cada uma delas uma montanha de crenças equivocadas e admonições.

Na estratégia de agressividade buscamos assegurar o poder com o pensamento: TEM QUE SER DO MEU JEITO.  Por trás disso, ideias obstinadas do tipo "se baixar a guarda ficarei vulnerável", ou "só é feliz quem se impõe" ou ainda "numa relação, se não assumo o controle serei eu o controlado".

Na estratégia da submissão tentamos manter o caráter amoroso da relação imaginando: EU FAÇO O QUE FOR PRECISO PRA VOCÊ ME ACEITAR. O colchão de crenças contém medo e pensamentos, como: "se criarmos problemas teremos conflitos", ou "seremos amados apenas se formos cordiais e generosos" ou também "não consigo lidar com a dor, especialmente de rejeição".

Já na estratégia da retirada a ideia é: EU NÃO PRECISO DE VOCÊ. A indiferença é manifestada como forma de evitar a proximidade com o outro ser. Um certo orgulho. E  intimamente existem crenças do tipo "cada um que resolva os seus problemas", ou "não ser afetado pela emoções é a melhor forma de se viver", ou ainda "quem se abaixa muito acaba mostrando os fundilhos".

Com exceção talvez das relações maduras, buscamos no outro  aquilo que mais desejamos mas também aquilo que mais tememos.

Desejo e medo andando juntos, atraindo um certo tipo de relação. Triste, não? Mas bem real.

Os desejos podem ser de segurança, aconchego, alegria, paz, amor incondicional. No fundo, de sermos amados.

O que tememos é rejeição, abandono, solidão, perda da liberdade, desvalorização, medo de traição. Lá no íntimo, de não sermos amados.

Que tal fazermos um rápido teste em uma relação afetiva atual ou antiga, tentando identificar os  respectivos desejos e medos que veladamente nos atraem ou atraíram?

 . (pausa) .

E aí, fez sentido?

Sim?  Abra os olhos e colha as aprendizagens.

Não? Sem medos implícitos? A relação tem ou teve uma boa dose de maturidade.

Que tal fazermos melhores escolhas? Com humildade, coragem e mais confiança em nossa sabedoria interior!

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