segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Dá para fazer DR após o fim do relacionamento?

 Até dá, mas na prática não rola !

 No consultório é muito comum aparecer pessoas angustiadas querendo entender o porquê do término de seus relacionamentos. 

Até chegam a procurar o(a) ex com esse objetivo , mas o que mais encontram é decepção e indiferença com as negativas que recebem.

 É normal, pois os antigos amores ou já desligaram a conexão e estão buscando novos ares ou estão magoados e reticentes quanto a quaisquer contatos com esse passado que lhes trouxe dores.

 Discutir o relacionamento após o término pode acabar com uma troca infindável de ofensas e acusações, que podem inclusive “deletar” temporariamente as boas lembranças, trazendo apenas recordações doloridas.

 Se for só para atacar, culpar o outro e não querer enxergar os próprios erros certamente é melhor esperar um tempo de maturação das emoções latentes para, se for o caso, buscar no futuro uma convivência minimamente civilizada.

 O que resta então?

Fazer desde logo um apanhado unilateral do tipo "lições aprendidas", passar o luto e depois tentar virar a página.

 Em outras palavras, cada um por si é a regra geral!

 O maior requisito é entender que os dois foram responsáveis por uma parcela do insucesso.

 Provavelmente não colocando limites do que era ou não admissível.

 Ou não interpretando adequadamente os sinais de fumaça que apareceram antes do incêndio final.

 Avaliando se houve muita inflexibilidade ou leniência.

 Se houve indiferença e distanciamento emocional que reduziram gradativamente a intimidade da relação.

 Se um dos dois cresceu do ponto de vista emocional -- por um processo de autoconhecimento por exemplo -- não acompanhado pelo outro.

Se diferenças entre valores morais praticados pelos dois ou projetos de vida díspares  inviabilizaram a continuidade da relação,  ainda que existissem sentimentos e atração mútua.

 Se carências infantis foram despejadas na relação como fruto de comportamentos tóxicos aprendidos com os pais.

 Se houve briga de poder buscando mostrar "quem manda no relacionamento", uma forma autoritária ultrapassada que ainda hoje existe por parte de muitos homens, resquício do legado dos pais ou avós.

 Existe também um vilão equivocado: carimbar as eventuais traições como responsáveis pelo rompimento. Muitas vezes elas foram apenas a gota d'água necessária para não prolongar o fim inevitável.

Caso se trate de separação de casal com filhos, estes acabam muitas vezes assimilando todo o conflito do casal, trazendo danos para toda a vida. Dependendo do conflito, a busca por ajuda terapêutica para toda família pode ser inevitável, pelo menos por um período!

Porém, não se deve perder de vista que a busca pelo encontro a dois é algo muito natural e até necessário (embora não indispensável, pois viver só é uma opção legítima também), pois nas palavras de Deepak Chopra:

 "Os relacionamentos têm um significado oculto, e este está a serviço de nossa evolução".

As eventuais separações fazem parte do processo natural da tríade nascimento-vida-morte.

 E você, já fez o seu inventário de ganhos e perdas da última relação?

Ou da atual? Sempre é tempo para buscar um aperfeiçoamento ou novos rumos!

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