quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O aplicativo Lulu e a guerra dos sexos

O tal aplicativo Lulu é a sensação do momento !

Mulheres podem acessar o programa e atribuir notas a quem tem perfil no Facebook em itens como educação, sexo, compromisso, primeiro beijo, humor, etc.

Os homens estão prometendo revidar rápido com outro aplicativo, o Tubby, que vai avaliar as mulheres basicamente no quesito sexo. Esse app vai permitir, segundo os seus idealizadores, que os homens classifiquem mulheres com quem já se relacionaram usando hashtags (frases curtas e padronizadas que se iniciam com o sinal #)  como “#GemeNaCama”, “#CurteTapas”, entre outras bem mais pesadas.

Já as mulheres têm hashtags mais amenos, como bom (#ExcêntricoDoJeitoCerto), ao médio (#NuncaDormeFora) e ao ruim (#SóPensaNaquilo).

É, a turma jovem anda se divertindo e brincando... com fogo ! 

O objetivo original do Lulu, segundo a sua criadora Alexandra Chong (que está estruturando em NY uma equipe de dezenas de pessoas para administrar o aplicativo), é permitir compartilhar com as amigas as opiniões das ex namoradas sobre o comportamento e o desempenho de seus antigos  companheiros, como numa vitrine que supostamente facilitaria as escolhas de futuras pretendentes. Ela " ... concluiu que as mulheres precisavam de uma ferramenta de pesquisa específica para namoros - um "Homemgle".  Um google formatado para as mulheres para as conquistas amorosas e sexuais.

Os egos poderiam ficar inflados e, quem sabe, até facilitar encontros por afinidades.

Vendo por esse ângulo, parece mais uma brincadeira e um jogo de sedução, que potencialmente seria útil e instigante. 

Mas, sempre tem um MAS..., aí -- vamos ser claros -- com esse caráter anônimo (onde as motivações não são explicitadas) podem entrar comentários de  todo tipo,  vingança,  maledicência, mentiras, etc.  E os homens, especialmente, podem baixar bem o nível desse jogo de perde-perde.

O potencial de ofensas,  afetações e agressões pode ser maior do que se imagina, sem contar os possíveis efeitos jurídicos (por exemplo, o Ministério Público de Brasília instaurou inquérito civil público contra o Facebook e  o Lulu afirmando que o programa “é capaz de ofender direitos da personalidade de milhões de usuários do sexo masculino”, violação da intimidade, a honra, etc, afrontando a Constituição Federal.

Não podemos esquecer que pessoas mais sensíveis podem se atrapalhar com arranhões em suas imagens públicas e até fazerem bobagens. Casos extremos, nessa linha de exposição não autorizada de intimidades,  os chamados "pornô-videos-de vingança" colocados por machistas ressentidos, vêm revelando intimidades sexuais de ex namoradas e gerando situações terríveis (até um recente suicídio de uma garota de 17 anos no Piauí). 

Claro, esses são casos extremos -- e avaliações do sexo oposto não envolvem necessariamente exposições de imagens sexuais --,  mas entre as reações de indiferença e as exageradas existe a possibilidade de ocorrerem inúmeras situações constrangedoras.

Bem, o tempo vai dizer se os aspectos positivos ou os negativos prevalecerão. Mas existem nuvens negras surgindo no horizonte !

Homens e mulheres poderiam empregar o seu tempo e criatividade de diversas outras maneiras que não fomentando essas bobagens anônimas, que de alguma maneira lembram o que alguns chamam a guerra milenar de sexos.

Olho no olho ainda é a melhor forma de avaliar seres humanos !  E de preferência sem fazer muita publicidade quando a avaliação é positiva, para não gerar competição indesejável,  especialmente no âmbito feminino (ah, como muitas mulheres adoram competir com as amigas no jogo de conquistas....rs).

A guerra dos sexos pode ser enfrentada mais prazerosamente se os homens e mulheres trocarem bombas (de chocolate) e detonarem explosões (de afagos e carícias)...

Abraço



Nenhum comentário:

Postar um comentário