Roberto Jefferson fez uma coisa que muitos
homens vêm fazendo. Se despedindo da liberdade antes de entrar para a prisão.
No caso do mensaleiro, com uma sentença de
7 anos a cumprir em regime semiaberto numa prisão no Rio de Janeiro, foi uma atitude
simbólica de despedida de sua liberdade de ir e vir. O passeio em sua moto Harley Davidson foi feita neste último domingo, 23 de fevereiro, às vésperas de sua apresentação no presídio, e ele caprichou. Indumentária típica dos amantes da liberdade em duas rodas, casaco de couro, bota de cano alto, de cara e capacete ao vento. Teve o seu momento de gozo, imaginando o sofrimento futuro. Deve ter valido a pena ! Depois, não sei...
Ressalvadas as grandes diferenças, me
ocorreu que pelo menos em um aspecto existe uma similaridade com a situação dos
homens que vão para as despedidas de solteiro (derradeiras ...?) às vésperas de
seu casamento.
O casamento -- ainda uma instituição forte
apesar dos abalos em suas estruturas -- tem um componente no plano do inconsciente
coletivo associado ao “adeus à liberdade”.
Séculos de prática distorcida na sociedade machista fez esse estrago na “psique”
masculina.
Nada contra uma festa com os amigos,
bebidas, brincadeiras, fetiches e outras coisas, digamos, mais palpáveis. O que
talvez precisamos é conceber esse momento como um rito de passagem para algo
desejável e verdadeiro, que não retira a
liberdade mas abre uma grande porta de possibilidades para o crescimento
e amadurecimento pessoal.
Se não for assim, fiquemos apenas nas festas
de despedidas...
Homens, não se esqueçam porém que as mulheres também
fazem as suas despedidas de solteira. E elas são bem mais criativas quando
enveredam por essa via... Cuidado !
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