Esse texto eu escrevi originalmente num contexto diferente do
tratado neste Blog, mas me parece que ele é válido também para os homens em
processo de despertar – como é válido para qualquer ser humano em evolução
espiritual ou material. Por isso, resolvi trazer o tema para esse espaço
virtual.
Vamos começar pelo sentido da palavra, abundância. Em termos
gerais, ela quer dizer grande quantidade, aquilo que ultrapassa as
necessidades. Seria então uma condição de vida na qual os recursos disponíveis
ultrapassam as necessidades. Mas se abundância é, por assim dizer, um
“excesso”, não faria muito sentido desejarmos ou acumularmos coisas que não
precisamos, certo? Não vamos levar nada dessa vida mesmo!
Nessa linha de raciocínio, seria importante verificarmos “a
priori” o que de fato precisamos, do que temos necessidade e não apenas mero
desejo. Claro, o básico, alimentação, saúde, abrigo, entretenimento, paz, amor,
etc. isso é condição para uma vida digna e quiçá feliz. Mas nesse mundo de
globalização e estímulos, onde somos bombardeados diariamente pela mídia e a
sociedade de maneira geral, sempre teremos a tendência de sentirmos escassez. O
mundo capitalista vive criando falsas necessidades e gerando carências. Daí uma
fonte provável de frustrações e decepções.
Portanto, um bom início é verificarmos com o nosso eu
interior (pela meditação, oração, silêncio, contemplação da natureza, etc.) o
que precisamos. Essa é a fonte original, autêntica, legítima. Ela nos dirá do
que realmente precisamos, ou mesmo se precisamos de algo, hipótese que não deve
ser descartada de forma alguma.
Mas vamos em frente. Claro, em alguma medida precisamos
sempre de alguma coisa, somos seres humanos, pretensamente em evolução, não só
do ponto de vista espiritual mas também do material.
A partir daí, desse mapeamento, podemos ter claras algumas metas
e o sentido dos passos a serem realizados. O planejamento e, sobretudo, a
atitude são os divisores de águas. Bons planos sem ações nada valem. Aliás,
podem reforçar a nossa negatividade, num ciclo vicioso perverso.
Importante, no entanto, é não fazermos do atingimento do
objetivo a condição para sermos felizes ou realizados. O processo é muito mais
importante do que o resultado. Cada etapa deve ser comemorada, celebrada, como
se fosse o alcance do resultado último pretendido. Viver o aqui, agora!
Se queremos uma casa própria, um carro novo, uma realização
profissional ou amorosa, devemos ter isso em mente como pano de fundo de nossa
vida diária, uma imagem no horizonte para fitarmos de vez em quando, mas sem
fixações ou nóias.
Podemos também querer realizações mais sutis ou ligadas ao
nosso centro vital, como serenidade, paz de espírito, compaixão, auto estima, fraternidade,
espiritualidade, etc. Esse tipo de
conquista, como é sabido, nos preencherá melhor a alma, o ser, e deve ter
prioridade em nossas vidas.
Mas como bem disse o mestre Osho, podemos igualmente ser
espirituais e materiais. Ele chamava esse novo ser humano “Zorba, o Buda”...
Mas depois de termos presentes os nossos desejos, a nossa
vontade e seguirmos os passos (planejamento) para a realização, deveremos nos
distanciar, soltar a energia para a manifestação do poder divino! Com desapego!
Se isso que nós entendermos como necessidade ou desejo
estiver sincronizado com o Universo, a resposta virá com certeza. Se não, o
Universo nos trará coisas tão ou mais importantes. Nos trará, também, aprendizagem. O caminho
poderá se abrir de forma surpreendente, com trilhas alternativas muitíssimos
mais profundas e realizadoras.
Outra coisa importante é a generosidade. Darmos de forma
despretensiosa, sem intenções egóicas. Quanto mais doarmos e fizermos circular
a “riqueza” mais ela tenderá a retornar para nós, multiplicada, abundante.
Em resumo, a abundância, a paz, a sabedoria, o sucesso, o
amor, o dinheiro vêm para nós como consequência de nossas vidas, de nossas
escolhas, a partir da conexão com o nosso interior.
Usando uma imagem, devemos asfaltar e sinalizar bem as nossas
rodovias pessoais pois, de forma natural e surpreendente, nelas transitarão as
melhores riquezas para as nossas vidas!
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