segunda-feira, 3 de março de 2014

O bloco de carnaval Babydoll de Nylon e o Correio Braziliense


Não me espanta que o bloco carnavalesco que mais cresceu em Brasília em 2014 foi o Babydoll de Nylon!
Tem um monte de marmanjo fantasiado de mulher usando calcinha, sutiã e outros apetrechos femininos! É carnaval, claro, podemos liberar a alegria e a descontração! “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Mas não precisamos ser psicanalistas para saber que em muitos casos têm também um forte inconsciente operando quando um homem se traveste de mulher. Desejo reprimido talvez.
E coerente com esse quadro, dois dias atrás (2 de março) deu no Correio Braziliense: “Homem vira mulher e mulher vira homem”.

Não é filme de ficção, fantasia de carnaval ou magia negra. É apenas a crescente alteração nos papéis masculino e feminino com a massiva entrada da mulher no mercado de trabalho (as mulheres vem desempenhando funções até então exclusivamente masculinas).  Isso era inevitável e teria que acontecer em algum momento. Mas, peraí... vamos com calma! 
Além da saudável divisão do trabalho e da redefinição dos papéis masculino e feminino, nesse novo mundo onde ficariam o Yin e Yang, os princípios do equilíbrio feminino e masculino, o ativo e o passivo, duas forças fundamentais opostas e complementares?

Bobagens? Vejamos.  Você certamente conhece muitos homens que: 1) se apequenam emocionalmente frente à esposa que os humilham em frente aos amigos, 2) passam o tempo todo na academia se admirando ao puxar ferros, 3) posam de machões mas sempre dizem sim para a namorada nos seus caprichos infantis, 4) ficam tomando conta dos filhos pequenos enquanto a esposa viaja com as amigas para pular o carnaval no Rio? E por aí vai...
Onde está o equilíbrio?  Já vejo muito homem pedindo pelo-amor-de-Deus igualdade com as mulheres porque elas estão independentes demais, soberbas e nos superando em muitos aspectos. Até no MMA elas estão...

Essa fase de transição está complicada!
Vou bater na mesma tecla. Não importa a orientação sexual assumida, homo ou heterosexual, as forças da natureza humana e sua psique ainda exigem a dualidade, os princípios ativo e passivo, o Yin e o Yang.
E viva o carnaval!

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com a sua linha de pensamento, meu caro Arnaldo, que está em plena sintonia com a essência da natureza humana. Há mesmo necessidade de séria reflexão sobre esses novos e intensos papéis ocupados pelas mulheres. Bem a propósito, recomendo a leitura de corajosa entrevista concedida à Revista Veja desta semana pela escritora americana Camille Paglia, nas páginas amarelas (edição 2363, de 5 de março de 2014), com o título "Nós sufocamos os homens".
    Abraço,
    Dattoli

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    1. Sim, Dattoli, precisamos nos posicionar frente a esse novo mundo. Sem resvalarmos para uma volta injustificada à antiga dominação nem assumirmos uma mera troca de papéis com o feminino.
      Vou conferir a entrevista na Veja. Grato pela dica.

      abraços

      Arnaldo

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