quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os homens sarados das academias e suas mentes limitadas


 
Homens, vamos despertar!

Uma visita às academias sempre traz alguma reflexão útil sobre o que estamos fazendo com os nossos corpinhos.
As últimas décadas trouxeram um ganho enorme em consciência coletiva sobre a importância da saúde e a manutenção de um corpo saudável e elegante. Honras a essas conquistas. Aplaudo quem dá importância a tudo isso e mantém a sua vitalidade e beleza mesmo com os anos avançando.

Mas, convenhamos, tudo tem que ter equilíbrio.

Não vou falar das mulheres, um capítulo à parte até porque o culto à beleza do corpo está tão entranhado na cultura ocidental que provavelmente já está nos próprios DNAs femininos. Não entrarei nessa seara.

Falo de muitos homens que tenho visto desfilando nas academias de ginástica como num palco de teatro. Podem ser comparados a “deuses gregos”,  sarados, malhadíssimos e impecavelmente na última moda esportiva.

Vale a pena observá-los.  Eles têm uma “performance” de grande impacto visual, em sua postura, no seu caminhar confiante, nas suas caras e bocas artificiais, nos sorrisos plastificados. E os corpos, super-ultra-mega sarados, destacados por tatuagens e camisetas colantes evidenciando a musculatura peitoral. Cruzes!

E o pior, se comportando como adolescentes mesmo tendo 30, 40 ou mais anos. Compensam por fora a falta de maturidade emocional que deveriam ter por dentro. A conversa deles, como adolescentes,  gira sobretudo em torno de produtos para aumentar a força muscular, a gatinha que “papou” na noite passada, o carro importado que  acabou de comprar e só tem mais dois exemplares em todo o Brasil, o último lançamento de tênis para a prática de spinning, a viagem para Miami ou Dubai, e por aí vai...

Será que se esses homens tão bonitos por fora (há quem ache !!!) teriam esse comportamento frívolo se não precisassem mostrar sua superioridade?

Se se sentissem desobrigados de provar para os outros quão especiais eles são?

Se não dependessem tanto da aprovação e admiração externas para se sentirem com valor? 

Temo que não!

Aliás, esse tipo de comportamento, da forma em detrimento do conteúdo, tem sido a tônica do avanço da tal “modernidade”,  dos valores distorcidos, do individualismo exacerbado, da insensibilidade com esse quadro caótico da realidade. 

Exagerando, como se essas pessoas estivessem se comportando fantasiosamente num baile da Ilha Fiscal, às vésperas do colapso da monarquia.   Olhando para o próprio umbigo. Ou será que esse anestesiamento é mais geral e estamos todos assim, malhados ou não, com esse mesmo comportamento de canguru enfiando a cabeça dentro do buraco para não vermos a realidade que nos cerca?

Meninos de todas as idades, vamos despertar! E amadurecer corpos e mentes !

Um comentário:

  1. É isso, caro Arnaldo. Também frequento academia e observo essas e outras. Há um grande desfile de bestialidades. Avalio que a nossa sociedade contemporânea tem muito para evoluir (no sentido pleno). Infelizmente, nessa quadra do consumismo e da inversão de valores mais nobres, importa para a maioria TER, APARENTAR muito mais do que SER!
    JC Dattoli

    ResponderExcluir