terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Pô, Chico Buarque...!

"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu... "

Chico Buarque não conhece só a alma feminina. Conhece um pouco de todo ser humano.

Quem não tem de vez em quando a sensação de que estancou de repente? Ou a de que foi o mundo que cresceu?

E aí baixa o espírito de menos valia, de auto piedade, em que queremos ser salvos por alguém ou alguma circunstância externa.

Viramos crianças carentes mesmo aos 30, 40, 60 anos. Emocionalmente, menos de 10.

E não é fácil suportar tais momentos. Que aparecem mesmo sem causa aparente.

Se alguém nos olha de cara feia ou não responde a um simples " bom dia" imaginamos que tem algo de errado conosco.

Se o relacionamento do casal na mesa ao lado do restaurante parece perfeito, huuuum.... que inveja!  Silenciosamente nos perguntamos por que não acontece o mesmo conosco?

E a grana quando fica curta? Claro, não sabemos administrar bem ou escolhemos a profissão errada. Dores na coluna, voz fina ou culote? Por que logo com a gente?

 Nos sentimos o " cocô do cavalo do bandido "...

E a família do vizinho tão harmoniosa? O cara toma todas e tem uma saúde de ferro?  A casa da esquina acolhe sempre muita gente feliz e a nossa anda vazia? E as doenças que temos, ou de gente amada, que nos atormentam e lembram da finitude da vida?

 Poxa, por que não aproveitamos a vida como deveríamos? Ou por que fazemos tanta coisa e não nos sentimos preenchidos?

Juntando tudo isso, a sensação de vazio existencial. A tal falta de sentido da vida.

São como nuvens negras  trazendo tempestades e nos boicotando em pensamentos, palavras e obras.

Aceitar as imperfeições e sustentar as nossas dualidades talvez facilitem a saída.  Resvalar para compensações como álcool, compras e sexo (como é gostoso...) nos anestesia mas a ferida continua.

Somos assim. O mundo é assim e brigar com ele não ajuda em nada. Aceitar a realidade e o fato de que a vida tem prazer e dor. Dia e noite. Claro e escuro.

Os ditos sábios ensinam: a palavra é aceitação! Prima-irmã de uma outra, maturidade!

E o mais importante talvez seja entender qual é a mensagem que esse estado de coisas nos traz. Tem uma aprendizagem oculta em tudo, depende de nós.

Bem, enquanto isso nos resta torcer pra que aquela linda música do Chico Buarque só toque de vez em quando em nossas vidas. Roda viva!

Mas, caramba ... como é difícil!

18 comentários:

  1. Eh isso, caro amigo. Bhagavan (da Oneness University - Deeksha), nos recomenda meditar, observar como testemunha neutra, que as " melhores" soluções emergem naturalmente. Suas reflexões são importantes pois favorecem a que joguemos luz, consciência, sobre o assunto.

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    1. Sim, amigo, meditar ajuda muito. Tô tentando praticar, mas a roda viva ....rs

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  2. Perfeita análise, amigo. Para ambos os sexos...

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  3. Parabéns, Arnaldo. Muito boa essa sua análise. Um belo texto!

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  4. É, Mano, talvez se em vez de nos compararmos aos outros pararmos para pensar que estamos todos no mesmo mundo, sujeitos às mesmas dificuldades, na mesma roda viva, só que em momentos diferentes, e que TUDO PASSA, paremos de nos sentir o cocô do cavalo do bandido...

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    1. Grato! Se gosta do Blog mas ainda não se inscreveu, pode se cadastrar pra receber os Posts direto no email. Abs

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    2. Grato! Se gosta do Blog mas ainda não se inscreveu, pode se cadastrar pra receber os Posts direto no email. Abs

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  6. Caramba como é difícil! E enquanto estivermos por aqui temos que tentar, perseverar. Quando criança, aprendi que a coisa mais certa na vida era de que um dia todos morreríamos. No entanto entre nascer e morrer existe todo um universo complexo. Nele aprendi que entre nascer e morrer conjugamos tantos outros verbos obrigatórios e com os verbos vem a dor. A dor é uma força maior que nos impulsiona ao amadurecimento, ao crescimento e se nos impulsiona não pode ser ruim. A dor nos leva a valorizar o regozijo. A felicidade brota da bonanza que a dor nos trás. Nascemos da dor. A beleza de uma nova vida vem da dor. Não existe dor maior que a dor do parto e basta olhar para o rostinho que acabou de vir ao mundo para a dor magicamente se dissipar. Se não houvesse dor não haveria crescimento. A humildade de espírito está em reconhecer no sofrimento o degrau para ser melhor como pessoa. Ninguém é diferente de ninguém, ou mais de que alguém. Talvez o que possa nos diferenciar um do outro seja a capacidade em reconhecer esta igualdade. Antagônico, mas verdadeiro.

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    1. Belíssima reflexão! Me fez lembrar que no hinduísmo, como em outras tradições religiosas/espirituais, é indissociável o nascer, o viver e o morrer. E isso acontece a cada dia. Grato pela reflexão!

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    2. Belíssima reflexão! Me fez lembrar que no hinduísmo, como em outras tradições religiosas/espirituais, é indissociável o nascer, o viver e o morrer. E isso acontece a cada dia. Grato pela reflexão!

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    3. Belíssima reflexão! Me fez lembrar que no hinduísmo, como em outras tradições religiosas/espirituais, é indissociável o nascer, o viver e o morrer. E isso acontece a cada dia. Grato pela reflexão!

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    4. Belíssima reflexão! Me fez lembrar que no hinduísmo, como em outras tradições religiosas/espirituais, é indissociável o nascer, o viver e o morrer. E isso acontece a cada dia. Grato pela reflexão!

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