domingo, 11 de setembro de 2016

Amor em conta-gotas ou descalibrado !


Não dar. Dar pouco. Ou dar demais. Três formas de boicotar o amor.

Ou de boicotar a alegria. Ou o sorriso, e mesmo a espontaneidade. Tudo para tentar evitar sofrer. Ledo engano.

Do que já descobri de mim, percebo que às vezes  economizo amorosidade  dosando minha entrega e calibrando o grau de afeição!

É muito sutil e até inconsciente.

Em vez de me permitir saborear o "aqui e agora" das emoções, piloto o meu barco em certos momentos da caminhada pressionando apenas meio acelerador. E com uma das mãos grudada no freio de mão para prevenir uma parada estratégica.

E por que alguém faria isso? Simples. Para não perder o controle da situação e não ter no futuro que voltar atrás caso a relação derrape para fora dos trilhos.

Em outras palavras, agir com foco no controle em vez no da entrega. Uma das infinitas formas de defesa, decodificada numa equação ininteligível:  ? =  $@$+&#"¥¢℅π.

Já percebi isso. Mudar porém é uma outra história. Já venho colhendo novos frutos mas o meu pomar precisa ainda ser mais adubado.

Parece-me que muitos de nós -- em algum momento da vida, pelo menos -- adotamos alguma forma de proteção amorosa. Já pensou nisso?

Outra forma que pode assumir esse tipo de boicote é não deixar fluir o amor por medo da possibilidade de rejeição, com o que supostamente se evitaria ser desprezado por alguém.

Orgulho embarcado.  É como jogar para garantir o "zero a zero" da afetividade. Não se perde o jogo, mas também não se vive...!

E quando é demais? A fórmula é a do esforço para dar "amor demasiado" aparentando generosidade para garantir a continuidade da relação. Buscando conquistar um certo  "merecimento"  como numa barganha em que se oferece muito para tornar atrativo o negócio.

Claro, sem contar outras possíveis formas de atentar contra o amor: a indiferença, o esnobismo e até mesmo a crueldade...

 Nada disso porém parece sustentável. São estratagemas. E no amor o que conta é a verdade e  a energia genuína da entrega. O "fake" não sobrevive muito tempo. Ou, se sobrevive, a felicidade fica comprometida.

E você, está deixando fluir o seu amor ou está colocando a razão adiante do coração?

3 comentários:

  1. Interessante reflexão. O escudo protege da dor mas impede o viver e mata a expontaneidade. Para onde estamos indo se só existimos na relação com o outro?

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  2. Sim. E devemos nos lembrar que o "outro" mais próximo somos nós mesmos. Comecemos aí, então!

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