segunda-feira, 31 de julho de 2017

Relacionamentos amorosos em rápidas pinceladas (3 de 5)


Continuando a compartilhar “pinceladas” sobre esse tema delicioso mas um tanto espinhoso chegou a hora de falar sobre questões sutis e até mesmo inconscientes.

O padrão familiar que influi em nossos relacionamentos e os limites que devemos negociar com os parceiros.

É importante ficarmos atentos para perceber se estamos ou não repetindo padrões familiares em nossas relações.

Recebemos uma determinada herança familiar e a projetamos em nossa vida, seja buscando seguir o padrão de nossa família de origem seja procurando reagir à sua influência. Ou ainda assumindo um papel de “resgate” ou de “culpa” de algum membro da família.

Como se existisse uma espécie de pacto interno definindo a intenção de no futuro sermos iguais ou diferentes de nossos pais. 
Por exemplo, se a minha mãe foi submissa eu “...agora terei um comportamento autoritário e não abaixarei a cabeça nos meus relacionamentos”. Ou o contrário, “...tenho que ser como a minha mãe para manter o status do meu casamento e os meus filhos felizes”.

Ao percebermos a influência familiar é importante buscarmos reformular nossas atitudes e preconceitos que se mostrem fora de foco, num processo de flexibilidade e “desligamento” da história de nossos pais, ainda que os honremos. Se estivermos assumindo algum papel “reparador” na família, a constelação familiar pode nos auxiliar muito nessa questão.

Por outro lado, existe um aparente paradoxo nos relacionamentos, qual seja, o propósito de fortalecer o vínculo interpessoal e ao mesmo tempo possibilitar espaço para as individualidades. Uma disputa que oscila entre os movimentos sutis e os de campo de guerra declarado.

O  desafio se torna construir um universo em comum sem anular as individualidades, mantendo a saúde emocional dos parceiros. Haja desafio. Falar é fácil, fazer fluir nem tanto...

Caberia fazer as seguintes perguntas: “Estamos dispostos a respeitar a individualidade do outro, abrindo mão de nosso jeito de fazer as coisas e da nossa possessividade?”. “Estamos por outro lado conscientes de que somos merecedores de manter a nossa individualidade, um espaço de privacidade que não permitimos que o outro invada?”.

Muitos animais nos ensinam isso. Fazem xixi para demarcar território!

Respeitar o outro mas também exigir respeito ao nosso espaço. Com as mesmas regras e princípios, igualitariamente.
Com flexibilidade, claro. Se não gostamos da sogra (que me perdoem, é apenas um clichê...rs),  não precisamos concordar em passar todos os finais de semana, feriados e natal na casa dela, mas é razoável que no seu aniversário e em algumas datas importantes para a família estejamos presentes, agradando a nossa parceira. Mas, por favor, sem fazer “cara de paisagem”, que sempre incomoda. De vez em quando conviver com alguém pela qual não morremos de amor não tira pedaço de ninguém.

Igualmente não faz sentido mudar nossas amizades dos tempos de solteirice porque gera ciúmes em casa. Mas também não dá para tomar cerveja após o futebol até às duas horas da manhã do dia seguinte...

“É preciso saber viver”, diz a canção popular.

A vida tem suas imperfeições e um sinal de maturidade é aceitá-las, com limites.
Em nós e nos outros !

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