quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Relacionamentos amorosos em rápidas pinceladas! (4 de 5 )



Continuando a compartilhar “pinceladas” sobre esse tema delicioso e desafiador chegou a hora de um olhar realista sobre o nosso parceiro ou parceira.

Como primeiro passo, vimos focando em nossas limitações e possibilidades de amadurecimento pessoal. Perfeito! Mas sozinhos não vamos muito longe.

Uma boa relação depende do outro também!

Primeiro, sabemos de fato o tipo de pessoa que queremos e as condições da relação que almejamos?

Não dá para aceitar qualquer forma de relacionamento nem qualquer pessoa que se apresente!

A nossa valorização pessoal começa também nesses aspectos, não porque sejamos melhores nem especiais, tampouco pessoas exigentes, mas porque devemos buscar relações que tenham um mínimo de sintonia conosco, com as nossas expectativas, com a nossa energia e com o nosso grau de evolução.

Existem muitos fatores que determinam a constituição de um relacionamento e que funcionam como pilares de uma construção. Alguns são básicos, outros apenas auxiliares.

Se os pilares básicos ficam comprometidos a relação como um todo não se sustenta por muito tempo, ainda que a sustentação auxiliar esteja sólida.

Os pilares podem ser o vínculo amoroso, localizado na figura do parceiro (admiração, afinidades, atração sexual, valores), ou relacionados com algum tipo de dependência emocional (a necessidade de se ter um parceiro forte e protetor, por exemplo) ou os pilares relacionados a certas conveniências (necessidade financeira, etc.).

Os três tipos de vínculos podem coexistir numa mesma relação, mas é o vínculo amoroso que expressa a dimensão mais saudável.

Os vínculos básicos constituídos a partir de dependência emocional ou de conveniência são muito comuns e até duradouros, mas tendem a ser mais críticos e vulneráveis quando desaparece o fator central que gerou a atração.

Por exemplo, quando a pessoa antes dependente emocionalmente se torna mais madura e consciente ou quando a necessidade material é suprida por outra fonte (independência financeira, a mais comum) a relação tende a balançar fortemente.  Mesmo nesses casos, porém, não se pode afastar a possibilidade de realinhamento em bases mais saudáveis caso algum fator antes inexpressivo se torne substituto.

O vínculo com base no pilar amoroso, por outro lado, sempre exige muito respeito às individualidades quando aparecem os conflitos.

Devemos estar atentos a essas circunstâncias para não entrarmos sem consciência em relacionamentos que não tenham sustentação mais profunda na realidade que queremos construir. Ou se o fizermos, assumirmos os riscos e os desafios da empreitada. De alguma forma poderemos aprender!

Às vezes as razões são sutis e inconscientes e nós mesmos não percebemos os “porquês” de nos aventurarmos em relações que são uma autêntica “roubada” e que podem se prolongar pela vida toda. Quem nunca presenciou casais que sequer se olham num restaurante e ficam com cara “azeda” durante toda a refeição?

Nós é que sabotamos e roubamos as nossas possibilidades de felicidade, tendo consciência disso ou não...

Um preceito básico deveria ser “mereço ser feliz no amor (e na vida), não me resignarei à dor de uma relação ruim, não me acostumarei a tolerar o que não deve ser tolerado”.

Em outras palavras, usar a sabedoria do não (“não quero uma pessoa ciumenta, não quero alguém que me tire a liberdade, não quero infidelidades, não quero que me desrespeitem, não quero viver em abstinência sexual”) para construir a sabedoria do sim, e materializar o que queremos num relacionamento. Sem idealismos e sonhos impossíveis.

Existem aspectos que são inegociáveis, que não devemos transigir sob pena de trairmos a nossa essência, demonstrando falta de amor próprio.

Claro, não devemos dizer os nãos de maneira açodada e imatura sem antes explorarmos -- o mais amplamente que pudermos -- as possibilidades de entendimento e compreensão.

Viver bem e com bons relacionamentos são faces de uma mesma moeda.

Fora os abacaxis!

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