sábado, 16 de dezembro de 2017
Tem uma Cora Coralina dentro de nós!
Pelo menos dentro de mim, tem!
Um pouco de esperança, coragem e alegria.
E "todas as vidas", na poesia de Cora:
"Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
...
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
...
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
...
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim..."
Tem também um tanto de perplexidade, desalento e frustração.
Além de um sócrates, um hitler, um ghandi e uma madre tereza de calcutá meio adormecidos.
Mas vivos!
Posso escolher!
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