Estou sentado embaixo de uma árvore após uma meditação deliciosa, numa cidade pequena do interior da Bahia para a qual vim para um detox.
Dia lindo! O meu corpo voltando aos poucos a respirar plenitude e saúde, turbinado com uma bateria de chás, sucos, comida natural e coroado com massagens, ventosas e agulhas de acunpuntura.
Espírito em paz, sensação gostosa de conexão com a natureza, com o Universo e todos os seres humanos.
Pieguice à parte, sinto-me feliz!
Mas aqui e ali recebo notícias do Brasil e do mundo. E são muito ruins: barragem se rompendo em Brumadinho, rebelião em presídios, assassinatos e suicídios a torto e a direito, tragédias familiares, etc.
Claro, se eu for garimpar na mídia e no meio em que vivo posso achar também algumas notícias positivas, mas infelizmente as negativas são mais impactantes e divulgadas.
E aí, me pergunto: dá pra ser feliz nesse ambiente global tresloucado, sem ser egoísta?
Segundo alguns dicionários, egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, desejos e necessidades em primeiro lugar, em detrimento do ambiente e das demais pessoas.
Não, egoísta eu não sou, decididamente. Seria então individualista?
Consulto as mesmas fontes e escolho uma definição que me parece aceitável: individualismo é um conceito que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou ao Estado.
Melhorou pra mim, posso até ser individualista, sim senhor. Afirmação e liberdade fazem o maior sentido!
Mas, reflito, não posso e não quero me permitir ficar alheio a tudo o que acontece nem alimentar o meu lado Pollyanna, vendo apenas e ingenuamente as coisas boas da vida.
Confesso que estou tentando equilibrar tudo isso, sem culpas. E procurando não me contaminar, sem ficar alienado.
Volto o pensamento para mim, para a minha trajetória e os valores e caminhos que escolhi. Uma vida normal, sem nada de espetacular nem de traumático.
Avalio os equívocos, as frustrações e separações e tantas tristezas. Considero, por outro lado, as vitórias e as conquistas, a maturidade, paz e amorosidade, com destaque para a família e os amigos.
Somo a isso um trabalho voluntário que tanto me gratifica e uma reorientação profissional que assumi numa fase da vida que normalmente pede acomodação.
Todas essas experiências geraram de alguma forma aprendizagem e expansão da consciência. As quedas, posso dizer, foram pedagógicas e valorizaram as conquistas.
Enfim, com essa jornada estou aos poucos aceitando a vida como ela é, luz e sombra, prazeres e dores, dia e noite.
Fazendo da existência uma equação 50/50.
Aí a sensação de egoísmo se esvai e respiro liberdade e afirmação.
Nesse sentido, então, sou individualista!
E você?
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