domingo, 23 de julho de 2017

Relacionamentos amorosos, em rápidas pinceladas! (2 de 5 )



Mais uma “pincelada” sobre esse tema delicioso e espinhoso...

Chegou a hora de falar sobre aquela situação desagradável que normalmente fugimos dela: a dos conflitos!

Os conflitos são inevitáveis e pedagógicos, mas nem todos os percebemos dessa forma.

Segundo o casal de terapeutas Jordan e Margaret Paul, temos a oportunidade ou de nos defender ou de aprender com os conflitos.

A “defesa” é o caminho do medo e da proteção. A “aprendizagem” é o caminho da evolução.

Existem três formas principais de defesa: a do controle, a do consentimento e a do não-consentimento (ou resistência passiva).

Na primeira categoria, a de controle, tenta-se mudar o outro (tipo “tem que ser do meu jeito”).

Na segunda, a do consentimento, há desistência de si mesmo em função do medo do conflito e desaprovação (“me submeto e faço o que você quiser para que eu seja aceito”).

Na terceira, do não-consentimento, existe uma resistência implícita que se traduz em retirada ou fechamento (“eu na verdade não preciso de você”).

No “Pathwork”, segundo a linha apresentada por Eva Pierrakos, essas três formas são conhecidas como agressividade, submissão e retirada.

Todos nós temos a tendência automática de adotar uma ou mais dessas posturas de defesa, embora uma delas seja a predominante.

No seu caso, dá pra reconhecer a sua forma usual de defesa nos conflitos, mesmo quando não envolve um vínculo de afetividade?

No fundo, se formos bem honestos, teremos que reconhecer que atrás dessas estratégias existe um “quê” de manipulação para nos sentirmos fortes, admirados, valorizados, amados.

Ou uma forma meio torta de escondermos nossas fragilidades.

Triste, não? Mas bem real!

Segundo ainda o citado casal de terapeutas, a alternativa à atitude de defesa é a postura de aprendizagem, que traduz um comportamento amoroso.

O objetivo seria conhecer a fundo a motivação e as circunstâncias que cercam os comportamentos próprios e os da outra pessoa. Aprofundar a intimidade, em outras palavras.

Por meio desse olhar se permitiria construir um novo espaço de compreensão.

O requisito essencial é tornar-se vulnerável e se abrir para o outro, o que infelizmente raramente estamos dispostos. A impressão que dá é que estaríamos perdendo as nossas referências. O ego reclama...!

O relacionamento, a partir dessas posturas amorosas de abertura e vulnerabilidade, passaria a ser instrumento de aprendizagem e transformação também no plano individual, do autoconhecimento.

Assim, os conflitos e mesmo as crises de relacionamento não sugerem uma situação de afastamento ou rompimento, mas um desequilíbrio que demanda tratamento.

Um sinal de que algo precisa ser cuidado, especialmente quando aparecem as nossas ditas “sombras” após a fase de encantamento natural dos primeiros tempos da relação.

Difícil? Talvez seja, mas é uma trilha segura para se aumentar a intimidade e a verdade da relação, terrenos onde a cumplicidade e o amor podem florescer com mais vigor.

Porém, não quer dizer que essa postura de abertura deva se eternizar caso o relacionamento não mostre evolução ou a outra pessoa não venha em algum momento a se sintonizar com essa mesma dinâmica, comprometendo a continuidade da relação.

A partir de determinado ponto temos que fazer escolhas, às vezes difíceis, mas independentemente do resultado teremos a certeza de que fizemos o nosso melhor em busca da verdade.

No mínimo, sairemos da relação sem culpas ou arrependimentos e com maior experiência de vida.

Será que funcionaria pra você?


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